terça-feira, 12 de junho de 2012
sábado, 26 de maio de 2012
Fila do amor
FILA DO AMOR
(Por Fabrício Carpinejar)
Quem amamos sempre deixamos para depois.
Porque é da família e vai entender a urgência de nosso trabalho.
Um
minutinho, meu filho./ Já te ligo, amor./ Agora estou ocupado./ É uma ligação
importante.
Só que o filho cresce e para de nos
procurar.
Só que o pai morre e não descobrimos o
que ele queria.
Só que a esposa se cansa da solidão e
pede o divórcio.
Reclamamos da fila da Previdência, da
fila do SUS, da fila dos bancos. Mas os familiares vivem em fila para serem
atendidos dentro de casa.
É a fila do amor que não anda. Do amor
que pensa que terá tempo em seguida. O tempo adiante será o mesmo tempo de
agora. A mesma falta de tempo.
Filhos pequenos são mendigos em seus
quartos, esperando que você desligue o telefone, que você preste atenção.
Maltratamos quem a gente gosta com
adiamentos e desculpas. A vida passa e a promessa de conversa não se realiza. E
não sabemos o que o nosso menino estudou, o que a mulher criou no trabalho, o
que a mãe precisava comentar sobre seu passado.
Abandonamos a família porque desejamos
ter calma. Ter folga. Ter férias.
Melhor falar nervoso do que não falar.
Melhor um pouquinho junto do que nada. Melhor o rascunho do que a idealização.
Interrompa suas atividades para ouvir a
família. Mesmo que seja rápido. Mesmo que seja de qualquer jeito.
A conversa é do momento, a conversa é um
momento.
É possível desistir de dizer. É possível
perder a vontade.
Não existe como recuperar lembranças.
Cuide da família. Agora!
(post tirado do blog http://carpinejar.blogspot.com.br/)
terça-feira, 15 de maio de 2012
Voltando a poetizar...! ♥
"A poesia não é alheia - a
poesia está logo ali, à espreita.
Pode saltar sobre nós a qualquer
instante."
(Jorge Luis Borges, In
Esse ofício do verso)
sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
O aniversário da Ester foi assim...
... uma fofura só!
Lembrancinhas personalizadas para as pequenas convidadas!
Embalagem Fernando Pessoa acompanhada de uma poesia infantil para as pequenas!
Beijos!
domingo, 1 de janeiro de 2012
Lá vem o Ano Novo...
Lá vem o Ano Novo
(Ruth Rocha)
Foi no dia 31 de dezembro. Vocês sabem que o dia 31 de dezembro é o último dia do ano.
Lá na Casa do Tempo, todos estavam se preparando pra começar o novo ano.
O Ano Velho já estava muito cansado de tanto trabalhar. E o Ano Novo estava prontinho pra nascer.
Todos os ajudantes do Tempo, os segundinhos, os minutos, as senhoritas horas, as senhoras semanas, os doutores meses, todos preparavam-se pra a passagem do ano.
Cada grupinho discutia seus problemas. Os segundinhos estavam muito aborrecidos:
- Ah, isso é uma injustiça. nós que somos os menores de todos é que temos que trabalhar mais! e os minutos, aqueles enjoados, vivem nos empurrando! "Anda depressa! Não pode atrasar! Deixa de moleza!"
Os minutos também tinham seus problemas:
- Esses segundos nos dão muito trabalho. temos que estar contando todo tempo e eles são tantos! Todos parecidos! Vivem loucos para entrar no escorregador do tempo. De vez em quando, um deles entra na fila antes da hora e sai cada confusão!
O que vale é que lá na Terra ninguém percebe nada.
A Meia Noite é que estava mais importante de todos. quando na Terra se fazem grandes festas pra comemorar o Ano Novo, Dona Meia noite estava toda vestida para a festa: de vestido comprido, plumas na cabeça. Parecia até uma estrela de cinema! E andava de um lado para o outro perguntando:
- Estou bem? que tal meu vestido novo? Cuidado com minha cauda! Esses segundinhos são tão levados...
E lá na Terra todos se preparavam também. Na casa da vovó Emília, havia uma grande festa.
Enquanto as pessoas grandes faziam os doces e enfeitavam a casa, as crianças, todos os netinhos de Dona Emília, preparavam grandes listas de resoluções para o Ano novo:
- Não vou mais comer escondido.
- Nem eu.
- Não vou mais faltar a aula pra jogar futebol.
- Eu não vou mais amarrar latas no rabo do Epitácio.
- Não vou mais puxar o rabo da gata Vitiver, coitadinha...
- Não vou mais contar nenhuma mentira.
Quando estava quase na hora, Dona Emília e Seu Tonico e todos os convidados vieram para a sala. E começaram a distribuir apitos, línguas de sogra, tudo que faz bastante barulho.
Pedroca tinha trazido sua corneta:
- Eu é que vou fazer mais barulho que todo mundo!
Joãozinho já estava com alfinete na mão para estourar todas as bolas.
Mas alguma coisa muito esquisita estava se passando. O relógio continuava andando normalmente, mas a meia noite não chegava nunca!
Todos começaram a ficar espantados.
Vovô Tonico tirou até seu grande relógio de bolso, que a vovó Emília chamava de Cebolão.
Até o cuco veio dar uma espiadinha pra ver o que estava acontecendo.
É que lá na Casa do Tempo havia um grande problema: quando chegou a hora de Dona Meia Noite passar para a Terra, ela resolveu fazer greve!
- Não vou! Não vou e pronto!
- Mas não vai por quê? - perguntou o Tempo -que é o chefão lá deles.
- Não vou porque estou cansada de tanta fita. Olhe só lá na Terra! - e Dona Meia Noite continuou - Ah! Eu estou cansada de tanto fingimento. Todo ano é a mesma coisa! Prometem ficar bonzinhos, mas amanhã, estão todos fazendo as mesmíssimas coisas.
Um segundinho passou reclamando:
- Dona Meia Noite, passa logo! Eu não estou acostumado a trabalhar tanto!
O Tempo já estava aflito:
- Eu não posso parar, Dona Meia Noite! Anda logo!
Dona Semana também tentou convencer a teimosa:
- Se a Senhora não passar, não vai haver Ano Novo! Coitadinho dele...e o Ano Velho, coitado, vai ter que trabalhar o resto da vida! Ele qe já está tão velhinho...
- Ah, não sei de nada! Desde que me entendo por gente é a mesma coisa. Já estou cansada!
Nessa altura apareceu a mulher do Tempo, que é a Dona Temporada e que já estava ficando preocupada de ver tanta confusão:
- Escute, Dona Meia Noite. É verdade que todos os anos as pessoas dizem qe vão melhorar e no fim não melhoram nada. Mas quem sabe, se este não vai ser realmente o Ano Novo? Não vai ser de verdade um Ano Bom? Olhe só para o Ano Novo, como é bonitinho, tão novinho, uma graça...Quem sabe, Dona Meia noite, hein? Quem sabe?
Dona Meia Noite pegou o Ano Novo no colo. Ele sorriu. Ela também sorriu.
Dona Temporada falou:
- Quem sabe este aninho tão pequenino ainda não vai fazer um milage? O milagre de todos ficarem amigos e ninguém pensar em fazer mal aos outros.
Todos aplaudiram.
- É isso mesmo!
- Coragem, Dona Meia Noite!
- Vamos!
Dona Meia Noite olhou para o Ano Novo que continuava sorrindo.
- Sabe de uma coisa? Então, eu vou! Sai da frente pessoal, lá vou eu!
E Dona Meia Noite, toda vestida de verde, que é a cor da esperança, escorregou pelo escorregador do tempo, dando adeus a todos:
- Adeus, todo mundo! Feliz Ano Novo!
E na Terra a alegria foi grande! Todos os relógios começaram a dar meia noite.
Os foguetes estouravam no céu.
Em todas as casas todos se abraçavam e pensavam: "Quem sabe? Quem sabe? Quem sabe?"
(imagem: www.mylittleparis.com)
BRIGADEIRO COM POESIA DESEJA
A TODOS OS AMIGOS E CLIENTES UM
DOCE E FELIZ ANO NOVO!!!!
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