sábado, 26 de maio de 2012

Fila do amor


FILA DO AMOR
(Por Fabrício Carpinejar)

Quem amamos sempre deixamos para depois. Porque é da família e vai entender a urgência de nosso trabalho.

Um minutinho, meu filho./ Já te ligo, amor./ Agora estou ocupado./ É uma ligação importante.

Só que o filho cresce e para de nos procurar.
Só que o pai morre e não descobrimos o que ele queria.
Só que a esposa se cansa da solidão e pede o divórcio.

Reclamamos da fila da Previdência, da fila do SUS, da fila dos bancos. Mas os familiares vivem em fila para serem atendidos dentro de casa.

É a fila do amor que não anda. Do amor que pensa que terá tempo em seguida. O tempo adiante será o mesmo tempo de agora. A mesma falta de tempo.

Filhos pequenos são mendigos em seus quartos, esperando que você desligue o telefone, que você preste atenção.

Maltratamos quem a gente gosta com adiamentos e desculpas. A vida passa e a promessa de conversa não se realiza. E não sabemos o que o nosso menino estudou, o que a mulher criou no trabalho, o que a mãe precisava comentar sobre seu passado.

Abandonamos a família porque desejamos ter calma. Ter folga. Ter férias.

Melhor falar nervoso do que não falar. Melhor um pouquinho junto do que nada. Melhor o rascunho do que a idealização.

Interrompa suas atividades para ouvir a família. Mesmo que seja rápido. Mesmo que seja de qualquer jeito.

A conversa é do momento, a conversa é um momento.

É possível desistir de dizer. É possível perder a vontade.

Não existe como recuperar lembranças.
Cuide da família. Agora!

(post tirado do blog http://carpinejar.blogspot.com.br/)

terça-feira, 15 de maio de 2012

Voltando a poetizar...! ♥


"A poesia não é alheia - a poesia está logo ali, à espreita. 
Pode saltar sobre nós a qualquer instante."
(Jorge Luis Borges, In Esse ofício do verso)


sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

domingo, 1 de janeiro de 2012

Lá vem o Ano Novo...

vem o Ano Novo
(Ruth Rocha)

Foi no dia 31 de dezembro. Vocês sabem que o dia 31 de dezembro é o último dia do ano.

Lá na Casa do Tempo, todos estavam se preparando pra começar o novo ano.

O Ano Velho já estava muito cansado de tanto trabalhar. E o Ano Novo estava prontinho pra nascer.

Todos os ajudantes do Tempo, os segundinhos, os minutos, as senhoritas horas, as senhoras semanas, os doutores meses, todos preparavam-se pra a passagem do ano.
Cada grupinho discutia seus problemas. Os segundinhos estavam muito aborrecidos:
- Ah, isso é uma injustiça. nós que somos os menores de todos é que temos que trabalhar mais! e os minutos, aqueles enjoados, vivem nos empurrando! "Anda depressa! Não pode atrasar! Deixa de moleza!"
Os minutos também tinham seus problemas:
- Esses segundos nos dão muito trabalho. temos que estar contando todo tempo e eles são tantos! Todos parecidos! Vivem loucos para entrar no escorregador do tempo. De vez em quando, um deles entra na fila antes da hora e sai cada confusão!
O que vale é que lá na Terra ninguém percebe nada.
A Meia Noite é que estava mais importante de todos. quando na Terra se fazem grandes festas pra comemorar o Ano Novo, Dona Meia noite estava toda vestida para a festa: de vestido comprido, plumas na cabeça. Parecia até uma estrela de cinema! E andava de um lado para o outro perguntando:
- Estou bem? que tal meu vestido novo? Cuidado com minha cauda! Esses segundinhos são tão levados...
E lá na Terra todos se preparavam também. Na casa da vovó Emília, havia uma grande festa.
Enquanto as pessoas grandes faziam os doces e enfeitavam a casa, as crianças, todos os netinhos de Dona Emília, preparavam grandes listas de resoluções para o Ano novo:
- Não vou mais comer escondido.
- Nem eu.
- Não vou mais faltar a aula pra jogar futebol.
- Eu não vou mais amarrar latas no rabo do Epitácio.
- Não vou mais puxar o rabo da gata Vitiver, coitadinha...
- Não vou mais contar nenhuma mentira.
Quando estava quase na hora, Dona Emília e Seu Tonico e todos os convidados vieram para a sala. E começaram a distribuir apitos, línguas de sogra, tudo que faz bastante barulho.
Pedroca tinha trazido sua corneta:
- Eu é que vou fazer mais barulho que todo mundo!
Joãozinho já estava com alfinete na mão para estourar todas as bolas.
Mas alguma coisa muito esquisita estava se passando. O relógio continuava andando normalmente, mas a meia noite não chegava nunca!
Todos começaram a ficar espantados. 
Vovô Tonico tirou até seu grande relógio de bolso, que a vovó Emília chamava de Cebolão.
Até o cuco veio dar uma espiadinha pra ver o que estava acontecendo.
É que lá na Casa do Tempo havia um grande problema: quando chegou a hora de Dona Meia Noite passar para a Terra, ela resolveu fazer greve!
- Não vou! Não vou e pronto!
- Mas não vai por quê? - perguntou o Tempo -que é o chefão lá deles.
- Não vou porque estou cansada de tanta fita. Olhe só lá na Terra! - e Dona Meia Noite continuou - Ah! Eu estou cansada de tanto fingimento. Todo ano é a mesma coisa! Prometem ficar bonzinhos, mas amanhã, estão todos fazendo as mesmíssimas coisas.
Um segundinho passou reclamando:
- Dona Meia Noite, passa logo! Eu não estou acostumado a trabalhar tanto!
O Tempo já estava aflito:
- Eu não posso parar, Dona Meia Noite! Anda logo!
Dona Semana também tentou convencer a teimosa:
- Se a Senhora não passar, não vai haver Ano Novo! Coitadinho dele...e o Ano Velho, coitado, vai ter que trabalhar o resto da vida! Ele qe já está tão velhinho...
- Ah, não sei de nada! Desde que me entendo por gente é a mesma coisa. Já estou cansada!
Nessa altura apareceu a mulher do Tempo, que é a Dona Temporada e que já estava ficando preocupada de ver tanta confusão:
- Escute, Dona Meia Noite. É verdade que todos os anos as pessoas dizem qe vão melhorar e no fim não melhoram nada. Mas quem sabe, se este não vai ser realmente o Ano Novo? Não vai ser de verdade um Ano Bom? Olhe só para o Ano Novo, como é bonitinho, tão novinho, uma graça...Quem sabe, Dona Meia noite, hein? Quem sabe?
Dona Meia Noite pegou o Ano Novo no colo. Ele sorriu. Ela também sorriu.
Dona Temporada falou:
- Quem sabe este aninho tão pequenino ainda não vai fazer um milage? O milagre de todos ficarem amigos e ninguém pensar em fazer mal aos outros.
Todos aplaudiram.
- É isso mesmo!
- Coragem, Dona Meia Noite!
- Vamos!
Dona Meia Noite olhou para o Ano Novo que continuava sorrindo.
- Sabe de uma coisa? Então, eu vou! Sai da frente pessoal, lá vou eu!
E Dona Meia Noite, toda vestida de verde, que é a cor da esperança, escorregou pelo escorregador do tempo, dando adeus a todos:
- Adeus, todo mundo! Feliz Ano Novo!
E na Terra a alegria foi grande! Todos os relógios começaram a dar meia noite.
Os foguetes estouravam no céu.
Em todas as casas todos se abraçavam e pensavam: "Quem sabe? Quem sabe? Quem sabe?"


(imagem: www.mylittleparis.com)

BRIGADEIRO COM POESIA DESEJA 
A TODOS OS AMIGOS E CLIENTES UM 
DOCE E FELIZ ANO NOVO!!!!
Beijos!

sábado, 24 de dezembro de 2011

Um Feliz Natal!!!!


"Quero ver você não chorar, 
não olhar pra trás 
nem se arrepender do que faz

Quero ver o amor vencer, 

mas se a dor nascer você resistir e sorrir

Se você pode ser assim, 

tão enorme assim eu vou crer

Que o Natal existe, 

que ninguém é triste, 
que no mundo há sempre amor

Bom Natal, um Feliz Natal, 

muito amor e paz pra você

Pra você…"


Brigadeiro com Poesia deseja a todos os amigos e clientes um Feliz Natal!!!
Beijos!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Organiza o Natal
(Carlos Drummond de Andrade)

Alguém observou que cada vez mais o ano se compõe de 10 meses; imperfeitamente embora, o resto é Natal. É possível que, com o tempo, essa divisão se inverta: 10 meses de Natal e 2 meses de ano vulgarmente dito. E não parece absurdo imaginar que, pelo desenvolvimento da linha, e pela melhoria do homem, o ano inteiro se converta em Natal, abolindo-se a era civil, com suas obrigações enfadonhas ou malignas. Será bom.


Então nos amaremos e nos desejaremos felicidades ininterruptamente, de manhã à noite, de uma rua a outra, de continente a continente, de cortina de ferro à cortina de nylon — sem cortinas. Governo e oposição, neutros, super e subdesenvolvidos, marcianos, bichos, plantas entrarão em regime de fraternidade. Os objetos se impregnarão de espírito natalino, e veremos o desenho animado, reino da crueldade, transposto para o reino do amor: a máquina de lavar roupa abraçada ao flamboyant, núpcias da flauta e do ovo, a betoneira com o sagüi ou com o vestido de baile. E o supra-realismo, justificado espiritualmente, será uma chave para o mundo.

Completado o ciclo histórico, os bens serão repartidos por si mesmos entre nossos irmãos, isto é, com todos os viventes e elementos da terra, água, ar e alma. Não haverá mais cartas de cobrança, de descompostura nem de suicídio. O correio só transportará correspondência gentil, de preferência postais de Chagall, em que noivos e burrinhos circulam na atmosfera, pastando flores; toda pintura, inclusive o borrão, estará a serviço do entendimento afetuoso. A crítica de arte se dissolverá jovialmente, a menos que prefira tomar a forma de um sininho cristalino, a badalar sem erudição nem pretensão, celebrando o Advento.

A poesia escrita se identificará com o perfume das moitas antes do amanhecer, despojando-se do uso do som. Para que livros? perguntará um anjo e, sorrindo, mostrará a terra impressa com as tintas do sol e das galáxias, aberta à maneira de um livro.

A música permanecerá a mesma, tal qual Palestrina e Mozart a deixaram; equívocos e divertimentos musicais serão arquivados, sem humilhação para ninguém.

Com economia para os povos desaparecerão suavemente classes armadas e semi-armadas, repartições arrecadadoras, polícia e fiscais de toda espécie. Uma palavra será descoberta no dicionário: paz.

O trabalho deixará de ser imposição para constituir o sentido natural da vida, sob a jurisdição desses incansáveis trabalhadores, que são os lírios do campo. Salário de cada um: a alegria que tiver merecido. Nem juntas de conciliação nem tribunais de justiça, pois tudo estará conciliado na ordem do amor.

Todo mundo se rirá do dinheiro e das arcas que o guardavam, e que passarão a depósito de doces, para visitas. Haverá dois jardins para cada habitante, um exterior, outro interior, comunicando-se por um atalho invisível.

A morte não será procurada nem esquivada, e o homem compreenderá a existência da noite, como já compreendera a da manhã.

O mundo será administrado exclusivamente pelas crianças, e elas farão o que bem entenderem das restantes instituições caducas, a Universidade inclusive.

E será Natal para sempre.




Beijos!

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Receita de Natal: Rabanadas com Doce de Leite ou Goiabada


Os recheios podem ser de goiabada com queijo ou doce de leite
15 minutos
10 porções

ingredientes
·         1 pacote de pão de forma sem casca (com 20 fatias)
·         200 g (1 xícara de chá) de leite condensado cozido por 40 min na pressão ou doce de leite pronto ou 200 g (1 xícara de chá) de goiabada derretida e 100 g de queijo meia cura ralado grosso para polvilhar
·         De 750 ml a 1 litro de leite
·         1 colher (sopa) de açúcar para misturar no leite
·         6 ovos inteiros batidos
·         Óleo para fritar
·         3 xícaras (chá) açúcar misturado com 2 colheres (sopa) de canela para passar as rabanadas

modo de preparo


Espalhe 1 colher (sobremesa) de doce de leite ou goiabada amolecida e o queijo sobre uma fatia de pão. Cubra com a outra fatia e aperte delicadamente as bordas para colar.


Passe no leite com o açúcar. Depois nos ovos batidos. Leve para fritar em óleo quente. Coloque sobre papel-toalha, depois passe pelo açúcar com canela. Se preferir, você pode comer sem passar no açúcar com a canela.


Origem da rabanada
A rabanada é um doce de origem portuguesa que costumava ser servido na ceia de Natal. 


Deve ficar uma delícia, hein?
Receita tirada daqui.
Beijos!

domingo, 11 de dezembro de 2011

Encomendas de Natal...




Embalagem Fernando Pessoa com 4 potinhos de vidro!
Quer ver outras opções? Então clica aqui!
Beijos!

Lançamento de livros de poesia em Campinas!!!

Atenção campineiros!!!

Ótimos poetas lançando livros nesta semana em Barão Geraldo!
Compareçam! Prestigiem!
Ou, como diz nosso grande poeta e amigo Guto Leite... se esbaldem!


Beijos!
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